Tudo muda quando decidimos que a melhor definição do que somos vem de dentro. Quando nos conhecemos de uma forma nua e crua, bonita e real, aceitando tudo o que nos compõe e o que nunca irá fazer parte de nós. Tudo muda quando tomamos consciência que quando acordarmos a primeira pessoa com quem iremos falar será connosco mesmos e que esta é a única pessoa com quem temos a certeza que iremos conviver para o resto da nossa vida. Não há uma verdade mais certa que esta, por isso convido-te hoje a parar e a tomares consciência de quem tu és.
Sempre achei que era uma pessoa extrovertida.
Na escola cresci com um grupo de amigas e amigos que me acompanharam desde o infantário e sempre tive amigos fora deste grupo também. Sempre me envolvi em várias atividades para além da escola e fiz parte de todos os grupos de teatro das escolas por onde passei. Sentia que tinha relações bem estabelecidas com aqueles com quem cresci e que ia "acrescentando" ao leque de pessoas que considerava meus amigos. Mais tarde, na faculdade, tive novamente um grupo de amigos bem definido e também muitas outras pessoas com quem me relacionava. Fiz parte de vários grupos associativistas onde tive a oportunidade de organizar eventos, viajar, conhecer pessoas de outras culturas e desenvolver a minha comunicação. Depois da faculdade vivi, estudei e trabalhei alguns anos fora de Portugal e também fui estabelecendo amizades e contactos com várias pessoas.
Em geral, socialmente considerava-me uma pessoa "bem sucedida".
Sentia que conseguia comunicar-me bem; sempre tive um traço profundo de altruísmo e por isso as pessoas procuravam-me para falar de sentimentos e temas mais pessoais; onde quer que fosse acabava sempre por ter alguma conversa com alguém e considerava-me alguém com empatia (que facilmente é vista como alguém simpático e, assim, extrovertido). Não daquele género de fazer piadas constantemente, mas alguém que fazia a diferença pela sua forma de ser "aberta ao outro".
Há cerca de 3 anos iniciei a minha jornada de transformação e comecei a tomar consciência da grande compensação que necessitava de ter cada vez que estava num ambiente com demasiadas pessoas ou em que estava numa posição de exposição. A compensação era estar sozinha, em silêncio. A minha suposta extroversão tornou-se num fardo e apercebi-me que era, na verdade, um esforço constante. Ter de ser “para fora” algo que não sentimos “cá dentro” é muito doloroso e o meu corpo deu de si com tantas exigências em ter de falar quando não queria, ter de partilhar quando não me sentia confortável para tal, ter de estar em locais cheios de gente, ter a pressão de criar relações interpessoais com quem não sentia uma conexão, entre tantas outras obrigatoriedades que eu me coloquei a mim mesma.
Dei então a oportunidade a mim mesma de conhecer a minha melhor amiga: Eu.
E parei de viver em esforço.
Foi neste processo que descobri o teste de personalidade (link no final do artigo) que aconselho a todos os interessados que o façam.
É muito completo e muito revelador!
Hoje sei que tenho um tipo de personalidade no espectro da Introversão e ainda assim reconheço bastantes das facetas com as quais convivi ao longo da minha vida e que me fizeram achar que seria extrovertida: a comunicação, a empatia e simpatia, o altruísmo, o interesse e necessidade em sair da minha zona de conforto e a tendência de me virar para o “outro” como propósito.
No entanto, agora que sei que sou introvertida, respeito-me muito mais na relação com o outro e compreendi que não tenho facilidade em tornar relações superficiais/circunstanciais - sem uma conotação negativa - duradouras. Sou uma pessoa de relações profundas e ao mesmo tempo leves, sem exigências de ser ou não ser.
Adoro comunicar e relacionar-me com o outro mas agora sei cada vez mais - e num melhor timing - quando é o momento de me recolher. Dou-me também mais tempo para processar certos sentimentos e acontecimentos em silêncio, com calma e comigo mesma.
Eu acredito e vivo a olhar para mim e para todos os seres humanos como seres espirituais, emocionais e físicos.
Por isso NÃO! O que eu sentia não tem apenas a ver com o meu tipo de personalidade (no futuro prometo abordar mais em detalhe outras componentes) mas sinceramente ter este conhecimento foi uma ferramenta muito importante para mim e por isso decidi partilhá-la contigo!
Espero que também te seja útil nesta jornada que só tu podes fazer por ti.
Faz o teu teste de personalidade:
Grata por me leres!
Para mais informações: goslow.withjo@gmail.com
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